Uma empresa de Brasília, cujo proprietário admitiu pagar propina para obter contratos públicos, foi uma das vencedoras do leilão de arroz promovido pelo governo federal. O leilão teve como objetivo minimizar os impactos das chuvas no Rio Grande do Sul no abastecimento e nos preços do arroz. O governo federal adquiriu um total de 263,3 mil toneladas de arroz importado por R$ 1,3 bilhão.
Entre as quatro empresas que venceram o leilão, uma delas é de propriedade de Crispiniano Espindola Wanderley, um empresário de Brasília que confessou à Justiça ter pago propina para obter um contrato com a Secretaria de Transportes do Distrito Federal.
Wanderley, ex-presidente da Cooperativa de Transportes Públicos do Distrito Federal (Coopertran) entre 2002 e 2009, afirmou que pagou R$ 350 mil em propina para garantir a assinatura de um contrato de ônibus com a cooperativa, mediado pelo então secretário de Transportes do DF, Alberto Fraga. As informações são da Folha de S.Paulo.
Durante as investigações, Wanderley revelou que sua cooperativa foi inicialmente desclassificada do leilão em 2007, mas conseguiu vencer após recorrer. O empresário alegou que Fraga só assinou o contrato mediante pagamento de propina e que foi destituído da presidência da cooperativa devido a uma negociação malsucedida com o secretário.
Fraga foi condenado por extorsão, mas recorreu e foi inocentado. Wanderley não foi investigado, apesar de outros membros da cooperativa também terem mencionado pagamentos de propina e seu afastamento por possível má gestão financeira. Ele afirmou à Folha que foi destituído da presidência porque se opôs a deixar de pagar fornecedores, decisão que os membros da cooperativa apoiavam para sanar dívidas.
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