Mês com mais ocorrências é julho, temporada de praia no Tocantins. Jovem de 22 anos morreu no lago de Palmas nesta semana.
O Tocantins já registrou pelo menos 50 mortes por afogamento em 2024. Os dados são do Corpo de Bombeiros, que resgatou a última vítima nas proximidades da Praia do Caju em Palmas, nesta semana. Para evitar acidentes como este, seguir orientações de segurança e não perder a atenção em rios, lagos e piscinas pode fazer a diferença entre a vida e a morte.
Adriano dos Reis Lima, de 22 anos, se afogou na tarde de quarta-feira (6), enquanto nadava com amigos. Conforme relataram as pessoas que estavam com ele às autoridades, por volta das 16h ele afundou e não voltou à superfície. Mergulhadores encontraram o corpo a dois metros de profundidade.
Conforme os bombeiros, o mês com mais mortes nas águas do Tocantins é julho. Foram 14 afogamentos na época de praia em que as praias estavam cheias de moradores e turistas.
De acordo com família do jovem, ele sofria de epilepsia e pode ter tido uma convulsão enquanto estava dentro da água. O pai dele, Pedro Rodrigues Lima, que foi até o local do afogamento, contou que ele tomava remédios e que havia o orientado para não ficar nadando em rios por causa da condição de saúde.
O neurologista Ernesto Betelli afirmou que o jovem pode ter tido uma possível convulsão quando estava na água, que o levou afogamento.
“O mais comum são acidentes que acontecem em decorrência da crise. O paciente aparentemente teve uma crise enquanto estava nadando e nesse momento ele não tem condições de se defender da crise, realmente afundou e morreu afogado”, comentou o médico.
Perda dolorosa
Perder uma pessoa querida de forma tão trágica é doloroso para os familiares. Com apenas um ano e meio, o filho dos empresários Ariadne e Leonardo Veras morreu afogado em 2021. O acidente aconteceu em questão de minutos.
“Deixei meus filhos na sala assistindo televisão e fui ao banheiro. Quando eu saí do banheiro voltei para a sala e já não encontrei dois dos meus filhos, os caçulas Antonela e Leonardo. Saí procurando e quando uma criança some já é um instinto, o primeiro lugar que você olha é na piscina, e a piscina ficava de frente à minha casa. Olhei na piscina e não encontrei. E assim que voltei para procurar a minha outra filha, já encontrei ele. Ele estava no raso da piscina e já saí gritando, desesperadamente […] Realmente foi o pior dia da minha vida”, disse Ariadne.
Casal perdeu filho por afogamento em piscina — Foto: TV Anhanguera/Reprodução
O vazio deixado pela perda de Leonardo Filho nunca poderá ser preenchido, disse a mãe. “Nenhum é igual. Eu posso ter 20 filhos, que eu sempre vou ter o vazio dele”.
O pai, Leonardo, alertou que a falta de atenção com crianças pode levar a situações como a que a família dele teve que enfrentar. “Um segundo de atenção a gente perdeu ele. Ele era lindo em todos os sentidos. O menino era perfeito e bem criado, educado, comia de tudo. Amava fruta, amava chácara, amava tudo aquilo”, relembrou o pai sobre o filho.
Orientações
Quando o assunto é diversão nas águas de rios e lagos ou mesmo piscinas, é preciso ter cuidados para evitar fatalidades como as que ocorreram com Adriano e o pequeno Leonardo Filho.
Para os bombeiros os cuidados devem ser redobrados para pessoas que possuem esse problema de saúde. Além disso, algumas vítimas estavam sob efeito de álcool, o que também pode aumentar os riscos de acidentes.
De acordo com o subtenente Wesley Sousa, em casos parecidos com o de Adriano, é preciso estar rodeado de pessoas que saibam de possíveis problemas de saúde e que possam ajudar a pessoa em uma emergência.
“É interessante sempre que você entrar na água, ter alguém que possa fazer sua segurança. Então ter alguém próximo de você que saiba da sua condição e esteja apto a retirar do meio líquido em uma situação qualquer de emergência, porque não adianta nada o cidadão entrar na água e não conseguir te ajudar”, explicou.
Em qualquer ambiente aquático, é preciso conhecer o local para poder evitar acidentes.
“Deve ter conhecimento do local onde tomar banho, nada de chegar e pular de alturas, porque o local pode ter um tronco, uma pedra, alguma coisa que possa levar ao ferimento aquele cidadão e ele não consegue sair sozinho daquele meio líquido. Outra questão importante é a questão de ingestão de bebidas alcoólicas. Ela tira muito a sua percepção da segurança”, destacou o subtenente.
G1 TO