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Deputados pressionam Galípolo para reduzir taxa de juros

Deputados pressionam Galípolo para reduzir taxa de juros

Presidente do Banco Central esteve na Câmara dos Deputados

Nesta terça-feira (1º), o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, participou de uma sessão solene na Câmara dos Deputados na qual foi criticado e pressionado por deputados de partidos aliados do governo Lula (PT) para reduzir a taxa de juros.

Galípolo foi chamado para uma sessão solene pelos 60 anos do BC, mas acabou recebendo uma série de críticas de deputados sobre o aumento da taxa básica de juros da economia, a Selic, que hoje está em 14,25% ao ano.

O deputado Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR) chegou a dizer que é preciso parar de “mentir para o povo brasileiro que a culpa [dos juros altos] é do déficit público”, pois “o déficit público do ano passado foi mínimo”.

– Venho em nome do povo brasileiro dizer a vocês que não aceitamos essa taxa de juros, que não concordamos, e que os fundamentos estão equivocados. O que o Brasil quer? Imediatamente, derrubar essa taxa de juros pelo menos à metade. É inaceitável, presidente Galípolo, você seguir a mesma metodologia do Roberto Campos Neto, ex-presidente do BC indicado por Jair Bolsonaro – declarou.

E continuou:

– Vocês são responsáveis pelo retrocesso econômico do Brasil.

O deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE) também tirou a culpa do governo federal sobre o aumento da Selic, afirmando que o governo reduziu as despesas em relação ao Produto Interno Bruto entre 2023 e 2024. Segundo ele, o aumento da taxa de juros pelo BC “acaba com todo o esforço em pouco tempo porque o custo da dívida pública se eleva muito mais”.

GALÍPOLO SE DEFENDE DAS CRÍTICAS
Diante de várias críticas sobre a alta recente das taxas de juros, Galípolo reconheceu que o BC precisa se comunicar melhor com as pessoas, para que elas entendam o que influencia o aumento ou a redução da Selic e por que são necessárias doses tão altas de juros para controlar a inflação.

– Alguns grupos conseguem exceções para pagar menos, enquanto uma grande maioria é obrigada a pagar mais em compensação. Nós temos uma série de subsídios cruzados, perversos e regressivos na sociedade brasileira. E talvez para nós, do Banco Central, esses ônus e bônus, essas trocas, sejam mais evidentes – afirmou.

O indicado de Lula para a presidência do BC disse também que tem compromisso com a meta de inflação “inabalável” e que o desafio da instituição é a comunicação fundamentada das suas decisões.