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Dino pede vista em ação que discute lei que impõe bíblia em bibliotecas

Dino pede vista em ação que discute lei que impõe bíblia em bibliotecas

Ministro pediu mais tempo para analisar o caso

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino pediu vista (mais tempo de análise) em uma ação de inconstitucionalidade envolvendo a compra de Bíblias. O processo, movido pelo Ministério Público, visa derrubar uma lei que obriga o governo do Rio Grande do Norte a comprar exemplares do livro sagrado para disponibilizá-los nas bibliotecas públicas do estado.

O julgamento ocorre no plenário virtual da Corte. Até o momento, somente o relator, ministro Kassio Nunes Marques, e Alexandre de Moraes votaram. Ambos consideraram a lei inconstitucional por violar os princípios da laicidade estatal, da isonomia e da liberdade religiosa.

– Há de se observar a diversidade cultural e religiosa do Brasil, mostrando-se inviável o favorecimento injustificado de crença específica em detrimento das demais e, por conseguinte, o prejuízo imposto aos adeptos de outras religiões e àqueles não adeptos de crença religiosa alguma – argumentou Nunes.

Dino, que se define como católico praticante, interrompeu o julgamento que deveria ser concluído na próxima sexta-feira (4), e ainda não há previsão para o debate ser retomado.

A lei de número 8.415/03 determina que haja no mínimo dez exemplares da Bíblia nas bibliotecas públicas do estado, sendo quatro delas em braile. A Assembleia Legislativa do RN afirma que a norma é válida, argumentando que ela não impõe crença ou prática religiosa, mas garante o acesso à Bíblia como expressão cultural e histórica.

Pleno News